Um bioma é um conjunto de tipos de vegetação que abrange grandes áreas contínuas, em escala regional, com flora e fauna similares, definida pelas condições físicas predominantes nas regiões. Esses aspectos climáticos, geográficos e litológicos (das rochas), por exemplo, fazem com que um bioma seja dotado de uma diversidade biológica singular, própria.
No Brasil, os biomas existentes são (da maior extensão para a menor): a
Amazônia, o cerrado, a Mata Atlântica, a Caatinga, o Pampa e o Pantanal.
A seguir, conheça cada bioma do Brasil.
Amazônia
Extensão aproximada: 4.196.943 quilômetros quadrados
A Amazônia é a maior reserva de biodiversidade do mundo e o maior bioma
do Brasil – ocupa quase metade (49,29%) do território nacional. Esse bioma
cobre totalmente cinco Estados (Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Roraima), quase
totalmente Rondônia (98,8%) e parcialmente Mato Grosso (54%), Maranhão (34%) e
Tocantins (9%). Ele é dominado pelo clima quente e úmido (com temperatura média
de 25 °C) e por florestas. Tem chuvas torrenciais bem distribuídas durante o
ano e rios com fluxo intenso.
O bioma Amazônia é marcado pela bacia amazônica, que escoa 20% do volume
de água doce do mundo. No território brasileiro, encontram-se 60% da bacia, que
ocupa 40% da América do Sul e 5% da superfície da Terra, com uma área de
aproximadamente 6,5 milhões de quilômetros quadrados.
A vegetação característica é de árvores altas. Nas planícies que
acompanham o Rio Amazonas e seus afluentes, encontram-se as matas de várzeas
(periodicamente inundadas) e as matas de igapó (permanentemente inundadas).
Estima-se que esse bioma abrigue mais da metade de todas as espécies vivas do
Brasil.
Cerrado
Extensão aproximada: 2.036.448 quilômetros quadrados
O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul e cobre 22% do
território brasileiro. Ele ocupa totalmente o Distrito Federal e boa parte de
Goiás (97%), de Tocantins (91%), do Maranhão (65%), do Mato Grosso do Sul (61%)
e de Minas Gerais (57%), além de cobrir áreas menores de outros seis Estados. É
no Cerrado que está a nascente das três maiores bacias da América do Sul
(Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata), o que resulta em elevado
potencial aquífero e grande biodiversidade. Esse bioma abriga mais de 6,5 mil
espécies de plantas já catalogadas.
No Cerrado predominam formações da savana e clima tropical quente
subúmido, com uma estação seca e uma chuvosa e temperatura média anual entre 22
°C e 27 °C. Além dos planaltos, com extensas chapadas, existem nessas regiões
florestas de galeria, conhecidas como mata ciliar e mata ribeirinha, ao longo
do curso d’água e com folhagem persistente durante todo o ano; e a vereda, em
vales encharcados e que é composta de agrupamentos da palmeira buriti sobre uma
camada de gramíneas (estas são constituídas por plantas de diversas espécies,
como gramas e bambus).
Mata Atlântica
Extensão aproximada: 1.110.182 quilômetros quadrados
A Mata Atlântica é um complexo ambiental que engloba cadeias de
montanhas, vales, planaltos e planícies de toda a faixa continental atlântica
leste brasileira, além de avançar sobre o Planalto Meridional até o Rio Grande
do Sul. Ela ocupa totalmente o Espírito Santo, o Rio de Janeiro e Santa
Catarina, 98% do Paraná e áreas de mais 11 Unidades da Federação.
Seu principal tipo de vegetação é a floresta ombrófila densa,
normalmente composta por árvores altas e relacionada a um clima quente e úmido.
A Mata Atlântica já foi um dos mais ricos e variados conjuntos florestais
pluviais da América do Sul, mas atualmente é reconhecida como o bioma
brasileiro mais descaracterizado. Isso porque os primeiros episódios de
colonização no Brasil e os ciclos de desenvolvimento do país levaram o homem a
ocupar e destruir parte desse espaço.
Caatinga
Extensão aproximada: 844.453 quilômetros quadrados
A Caatinga, cujo nome é de origem indígena e significa “mata clara e
aberta”, é exclusivamente brasileira e ocupa cerca de 11% do país. É o
principal bioma da Região Nordeste, ocupando totalmente o Ceará e parte do Rio
Grande do Norte (95%), da Paraíba (92%), de Pernambuco (83%), do Piauí (63%),
da Bahia (54%), de Sergipe (49%), do Alagoas (48%) e do Maranhão (1%). A
caatinga também cobre 2% de Minas Gerais.
A Caatinga apresenta uma grande riqueza de ambientes e espécies, que não
é encontrada em nenhum outro bioma. A seca, a luminosidade e o calor
característicos de áreas tropicais resultam numa vegetação de savana estépica,
espinhosa e decidual (quando as folhas caem em determinada época). Há também
áreas serranas, brejos e outros tipos de bolsão climático mais ameno.
Esse bioma está sujeito a dois períodos secos anuais: um de longo
período de estiagem, seguido de chuvas intermitentes e um de seca curta seguido
de chuvas torrenciais (que podem faltar durante anos). Dos ecossistemas
originais da caatinga, 80% foram alterados, em especial por causa de
desmatamentos e queimadas.
Pampa
Extensão aproximada: 176.496 quilômetros quadrados
O bioma pampa está presente somente no Rio Grande do Sul, ocupando 63%
do território do Estado. Ele constitui os pampas sul-americanos, que se
estendem pelo Uruguai e pela Argentina e, internacionalmente, são classificados
de Estepe. O pampa é marcado por clima chuvoso, sem período seco regular e com
frentes polares e temperaturas negativas no inverno.
A vegetação predominante do pampa é constituída de ervas e arbustos,
recobrindo um relevo nivelado levemente ondulado. Formações florestais não são
comuns nesse bioma e, quando ocorrem, são do tipo floresta ombrófila densa
(árvores altas) e floresta estacional decidual (com árvores que perdem as
folhas no período de seca).
Pantanal
Extensão aproximada: 150.355 quilômetros quadrados
O bioma Pantanal cobre 25% de Mato Grosso do Sul e 7% de Mato Grosso e
seus limites coincidem com os da Planície do Pantanal, mais conhecida como
Pantanal mato-grossense. O Pantanal é um bioma praticamente exclusivo do
Brasil, pois apenas uma pequena faixa dele adentra outros países (o Paraguai e
a Bolívia).
É caracterizado por inundações de longa duração (devido ao solo pouco
permeável) que ocorrem anualmente na planície, e provocam alterações no
ambiente, na vida silvestre e no cotidiano das populações locais. A vegetação
predominante é a savana. A cobertura vegetal original de áreas que circundam o
Pantanal foi em grande parte substituída por lavouras e pastagens, num processo
que já repercute na Planície do Pantanal.
Fontes:
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