sexta-feira, 22 de março de 2013

Responsabilidade social é um dever de todos!






Se pararmos para examinar certos aspectos relevantes da problemática ambiental, do ponto de vista da relação sociedade-natureza, teremos a oportunidade de analisar a questão ambiental baseada na interação entre os meios social e físico-natural, com uma abordagem e uma visão holística e sistêmica de mundo. 
Essa visão requer que a gestão ambiental e a responsabilidade social mostrem à sociedade suas correlações. Alguns procedimentos são importantes para os atores sociais, os quais devem se comprometer com a manutenção e com a melhoria do meio ambiente:

- Os Ambientalistas:
Devem consolidar as conquistas e conferir maior consistências às propostas, tanto técnica como politicamente.

- Os Técnicos e Gestores Governamentais:
Devem integrar as políticas ambientais de gestão às outras áreas políticas e administrativas dos governos.

- Os Empresários:
Têm as tarefas de buscar a ecoeficiência e de utilizar os padrões ambientais como incentivos às estratégias de competitividade, bem como de enfrentar os desafios das pequenas e médias empresas e alertar para uma política ambiental e de responsabilidade social;

- Os Pesquisadores:
Por meio dos centros de pesquisa e das universidades, devem produzir o conhecimento e as tecnologias que o desenvolvimento sustentável requer e, desse modo, formar quadros técnicos;

- Os Parlamentares;
No âmbito governamental, têm a obrigação de defender os interesses nacional nessa área e de garantir as institucionalidades conquistadas, bem como de responder às demandas da sociedade;

- Os Movimentos Sociais;
Devem comprometer-se com o combate à pobreza e com a promoção do desenvolvimento socialmente justo e ecologicamente equilibrado, isto é, praticar a justiça ambiental.

Responsabilidade Social é um envolvimento de todas as pessoas e de todos os setores na gestão ambiental, e isso influencia a qualidade de vida do ser humano.

Você sabe o que é Impacto Ambiental?



A Resolução Conama nº 001, de 18 de março de 1986, define Impacto Ambiental como:

"qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que direta ou indiretamente afetam:

I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

II - as atividades sociais e econômicas;

III - a biota;

IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

V - a qualidade dos recursos ambientais."


Todos já ouvimos falar em impacto ambiental. Mas será que sabemos da importância do desenvolvimento sustentável e das políticas de gestão das empresas brasileiras em relação ao meio ambiente?

As empresas do nosso país, só incorporam a variável ambiental basicamente por meio de fiscalização das instituições públicas ambientais e da pressão ecológica e social proveniente dos âmbitos nacional e internacional.

Variável Ambiental:
Mensuração do impacto ambiental em seus planejamentos estratégicos; exigências por produtos ecologicamente corretos; produtos com selo verde ou selo ambiental; produtos elaborados com materiais ecologicamente corretos ou que apresentaram um processo de fabricação que provoca o menor dano possível ao sistema ambiental da Terra.


Relação entre Homem e Meio Ambiente






Consultando a Legislação

A Lei Federal nº 6938, de 31 de agosto de 1981 (com várias alterações em sua redação por leis posteriores), que dispõe sobre Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA, define a expressão meio ambiente como " o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite e rege a vida em todas as suas formas."

Obs: é uma definição de caráter amplo, pois em nenhum momento o homem que integra esse meio faz parte do referido conceito.

Já na Lei nº 5793, de 16 de outubro de 1980, do Estado de Santa Catarina, que dispõe sobre a proteção e melhoria da qualidade ambiental, encontramos uma lacuna para as relações entre o meio, o homem e a sociedade, quando, por exemplo, em seu artigo 2º, parágrafos I e II, a referida lei afirma que:

I -  meio ambiente é a interação de fatores químicos e biológicos que condicionam a existência de seres vivos e de recursos naturais e culturais;

II -  degradação da qualidade ambiental é a alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de energia ou de substâncias sólidas, líquidas e gasosas, ou combinações de elementos produzidos por atividades humanas ou delas decorrentes, em níveis capazes de, direta ou indiretamente:

a. prejudicar a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b. criar condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c. ocasionar danos relevantes à flora, à fauna e outros recursos naturais.

Relação entre Meio Ambiente e Natureza

A conceituação rigorosa e inflexível de meio ambiente o define como "sinônimo de natureza".

Mas o que é Natureza?

Segundo Houaiss, Villar e Franco (2001): "natureza diz respeito ao conjunto de elementos do mundo natural, tal como os mares, as montanhas, as árvores e os animais."
Portanto, o meio ambiente, entendido como sinônimo de natureza, não abrange o componente humano.
Logo, nesta concepção, existe um distanciamento entre homem e natureza. Assim como na Lei Federal 6938/1981, o ser humano se dissocia do meio ambiente, o que constitui uma inverdade. Tal pensamento é oriundo do modelo positivista: o antropocentrismo. Esse pensamento, ao dissociar o homem do meio, dá origem à visão que coloca a natureza -  e não o homem - em uma posição de centralidade.

Contudo podemos inferir, se partirmos do princípio de que o homem integra o meio - o que corresponde a uma nova ordem - a visão do biocentrismo, na qual o ser humano e a natureza estão no mesmo nível de interações e de modificações -, que a natureza, o homem no meio social e a utilização dos recursos naturais estão em um mesmo patamar.

Diante da complexidade em definirmos meio ambiente, existe a opção em considerar as "relações existentes entre o comportamento dos elementos da natureza (físicos, químicos e biológicos) com o homem (como núcleo familiar) e sociedade (estrutura política social e econômica)" (Hardt; Lopes, 1990).

Assim, passamos a visualizar um processo de interdependência entre subsistemas da natureza (de caráter químico, físico, e biológico) e destes com o subsistema social humano. Ou seja, uma sequência de operações, com suas inter-relações e sucessivas conexões que compõem o meio ambiente.

Podemos perceber duas características peculiares aos subsistemas que formam o meio ambiente:

- a natureza intrinsecamente dinâmica: as relações não são estáticas ou rígidas, mas flexíveis e em permanente transformação;

- as relações simbióticas: significa que são mutuamente vantajosas para os parceiros associados, ou seja, animais e plantas, desenvolvem-se em uma relação de competição e de mútua dependência. Isso explica o fato de, muitas vezes, aparecerem sinais de descontrole se o sistema sofrer perturbações.

Então podemos dizer: que o meio ambiente, com base em uma visão integral e de forma mais detalhada, pode ser conceituado como o resultado da combinação dinâmica dos subsistemas biológico, físico-químico e social-humano. Tais subsistemas, em determinada porção do espaço, do tempo e do momento social, formam um conjunto único e indissociável.


segunda-feira, 11 de março de 2013

Conceitos Básicos








A nossa civilização, no que se refere à trajetória de ocupação e de exploração do planeta, encontra-se em um momento decisivo, pois a Terra emite sinal de alarme que indicam evidências de esgotamento da sua capacidade de suporte para as atividades humanas. Nessas circunstâncias é extremamente urgente reexaminarmos e redimensionarmos os projetos de crescimentos econômico, com base na perspectiva do desenvolvimento humano e da conservação ambiental. Esse é um desafio que se apresenta no século XXI, e é dentro deste desafio que a gestão ambiental brasileira busca identificar os mecanismos de responsabilidade socioambiental, ou seja, buscar a tão almejada qualidade de vida, garantindo a sobrevivência da raça humana e dos demais seres que integram a biosfera, a esfera da vida, no planeta.


Conceitos Básicos

Biosfera
Bios vem do grego e significa "vida". A biosfera abrange certo espaço acima e abaixo da superfície do planeta. É o conjunto de todas as partes do planeta Terra onde existe ou pode existir vida, e que abrange regiões da litosfera, da hidrosfera e da atmosfera; é a chamada ecosfera.Também pode ser definida como o conjunto de seres vivos existentes na superfície terrestre; parte sólida e líquida da Terra e de sua atmosfera onde é possível a vida. Sistema integrado de organismos (vivos e seus suportes), compreendendo a atmosfera circundante e o interior da Terra onde possa existir qualquer forma de vida. Por fim, é a área de vida do planeta.




Meio

Bertrand (1971): "É o resultado da combinação dinâmica, portanto instável, de elementos físicos, biológicos e antrópicos que, ao reagir uns em relação aos outros, fazem da paisagem um conjunto único e indivisível em evolução perpétua."

Meio Ambiente
Não é algo que está ao redor do homem, mas sim algo no qual o homem se integra.

O homem não deve ser excluído dos conceitos de meio ambiente, já que depende dos recursos naturais para sobreviver

Ecologia
No passado: a ecologia resumia-se ao estudo da natureza.

Por Ernest Haeckel (1866): "...onde houver vida, há biosfera, e onde há biosfera, ou seja, a esfera da vida."

 economia da natureza
• Relações dos organismos entre si e com o seu meio.

Comunidade
Conjunto de populações animais e vegetais que habitam um ecossistema específico.

Ecossistema
Sistema integrado e autofuncional;
Interações dos elementos bióticos e abióticos.
Compreendem áreas específicas, constituídas por clima, solo e comunidades de plantas e animas, bem como pela inter-relação entre essas partes, de modo a permitir que o sistema funcione como um todo.

Geossistema
Combinação de determinada superfície de um geoma (rocha, ar, água) e de uma biocenose (conjunto de seres vivos dentro de um mesmo ambiente (biótipo) e em equilíbrio dinâmico).

Bioma
Amplo conjunto de ecossistemas terrestres caracterizados por tipos de vegetação fisionomicamente semelhantes. No Brasil, existem os seguintes grandes biomas: floresta amazônica, floresta atlântica, cerrado caatinga, floresta de araucária, campos e zonas de transição (Pantanal e zona costeira). O termo bioma é usado para denominar um grande sistema biológico ou ecossistema de proporções regionais e até subcontinentais.

Biótipo
Conjunto de características fundamentais comuns ou semelhantes, de grupos ou indivíduos.

Biodiversidade
Total de genes, espécies e/ou ecossistemas de uma região.

Conservação
Atividades e políticas que asseguram a contínua disponibilidade e existência de um  recurso;
• Uso humano da natureza em bases sustentáveis.

Preservação
Métodos, procedimentos e políticas que visem à proteção a  longo prazo  das espécies, habitats, ecossistemas e manutenção dos processos ecológicos.

Serviços Ambientais
Tentativa de valoração econômica dos benefícios ambientais que a manutenção de áreas naturais pouco alteradas traz para o conjunto da sociedade.






sábado, 9 de março de 2013

Redução da Biodiversidade





A perturbação e a degradação do solo, resultantes das atividades antrópicas, ocorre desde tempos remotos, sendo que as causas que produziram tais distúrbios foram as mais variadas. A demanda cada vez mais acentuada por terras férteis, planas e agricultáveis, tem reduzido de forma acentuada as formações vegetais, pressionando drasticamente os recursos naturais. A expansão demográfica atingiu grandes proporções nestas últimas décadas, como pode ser observado no Quadro 1, preocupando em termos de produção de alimentos que garantam a segurança alimentar.

QUADRO 1 - Crescimento da população mundial

Ano           População (milhões de hab.)    Taxa de crescimento anual (%)
1650           500                                           Não disponível
1800           900                                           0,16
1850           1200                                         0,53
1900           1600                                         0,64
1950           2500                                         0,89
1990           5250                                         1,60
1999           5947                                         1,00
2001           6134                                         1,00

Fonte: Banco Mundial (2000/2001) e ONU (2001).

Mesmo tendo havido, recentemente, queda na taxa de crescimento, ainda impressiona o tempo necessário, cada vez mais reduzido, para acréscimo da população, como se pode observar no Quadro 2.

QUADRO 2 - Tempo necessário para acrescentar mais 1 bilhão à população mundial

Ordem (bilhão)   Tempo necessário (anos)  Ano em que atingiu
Primeiro                 2.000.000                       1830
Segundo                           100                        1930
Terceiro                            30                        1960
Quarto                               15                        1975
Quinto                               11                        1986
Sexto                                  9                         1995

Fonte: Nações Unidas, apud BROWN (1990).

Somados a esse desproporcional crescimento, historicamente, o descuido do homem com os recursos naturais, como nas atividades agropecuárias. Primitivamente, e em alguns casos nos dias atuais, baseava-se no extrativismo predatório, com a derrubada de matas nativas e o uso do fogo para a implantação de atividades agrícolas. Posteriormente, quando se tornavam menos produtivas, eram direcionadas à pecuária com a introdução de pastagens sem a devida utilização de práticas conservacionistas e de manejo, que conduziam à sua degradação. O maior problema resultante desse procedimento era a sua contínua repetição, impactando locais diversos, direta e indiretamente, reduzindo a biodiversidade, afetando drasticamente a qualidade, a quantidade e a distribuição dos recursos hídricos, com reflexos nos dias atuais. No Quadro 3 pode-se observar a drenagem de águas pluviais e a sua distribuição, influenciadas por interferência humana que alteraram o ciclo da água em diversas regiões e países, identificando projeções dessas alterações afetando a sua disponibilidade.

QUADRO 3 - Drenagem pluvial anual per capita de 10 países em 1983, com projeções para 2000

País                   1983 (1.000m3)       2000 (1.000 m3 )     Alterações (%)
Suécia                   23,4                       24,3                        +4
Noruega                91,7                       91,7                          0
Japão                      3,3                         3,1                        -6
União Soviética      16,0                       14,1                        -12
Estados Unidos       10,0                         8,8                        -12
China                       2,8                         2,3                        -18
Índia                        2,1                         1,6                        -24
Brasil                     43,2                       30,2                        -30
Nigéria                    3,1                         1,8                        -42
Quênia                     2,0                         1,0                        -50

Fonte: Modificado de POSTEL (1997).

Estima-se, atualmente, que 120 mil Km3 de água doce com potencial de utilização pelo homem, encontram-se contaminados; para 2050, espera-se uma contaminação de 180 mil Km3, caso persista a poluição. O problema se agrava quando ocorre contaminação das águas subterrâneas, composta por várias substâncias ou elementos, dificultando seriamente a sua recuperação. Mais de 1 bilhão de pessoas têm problemas de acesso à água potável e 2,4 bilhões não têm acesso ao saneamento básico, aumentando os riscos de contaminação, tanto das águas de superfície, como das subterrâneas. Em função dessa realidade, a diversidade global dos ecossistemas aquáticos vem sendo significativamente reduzida. Mais de 20% de todas as espécies de água doce estão ameaçadas ou em perigo, devido, principalmente, ao desmatamento, com vistas à abertura de novas fronteiras agropecuárias, construção de barragens e urbanização, causando diminuição do volume de água e danos por poluição e contaminação (UNESCO, 2003).

Com a introdução do modelo agroquímico, na década de 60, a agricultura atingiu um sofisticado nível de mecanização, incorporando tecnologias de manejo de solo e melhoramento genético, mas com o uso intensivo e abusivo de equipamentos pesados. Uma das principais conseqüências nocivas da implantação desse modelo foi o desflorestamento, resultando na redução da biodiversidade. De acordo com o IBAMA (2003), o Brasil apresenta a maior diversidade do planeta, com aproximadamente 70% das espécies vegetais e animais, distribuídas nos biomas e nas diversas formações florestais brasileiras. Entretanto, existem algumas regiões onde remanescentes da vegetação natural são mínimas ou inexistentes, interferindo no controle biológico espontâneo, em face da destruição de habitats naturais.

Entre os diversos problemas advindos da retirada da cobertura florestal, além da redução da biodiversidade, destacam-se (PERLIN, 1992): 
a) o esgotamento dos estoques de lenha (fonte primária de energia para 75% da população dos países em desenvolvimento); 
b) as inundações severas; 
c) a degradação acelerada do solo; 
d) a erosão e a desertificação gradativa; e 
e) a redução da produtividade primária da terra. Esses problemas tornam-se mais graves nos países subdesenvolvidos. 

Nas economias industrializadas, os problemas ambientais geralmente estão associados à poluição, cujas políticas ambientais são orientadas para a reversão desse quadro, evitando o agravamento da degradação. Com essas medidas, são restaurados os padrões de qualidade de água, ar e solo anterior à crise. Nos países subdesenvolvidos, a crise ambiental está diretamente associada ao esgotamento de sua base de recursos. Por esse motivo, segundo esse documento, as suas políticas deveriam dar prioridade à gestão racional dos recursos naturais.

Atualmente, sabe-se que fatores naturais, como as alterações climáticas, também tiveram e têm influência sobre a vegetação original. Mostram que a natureza apresenta-se em forma permanentemente evolutiva, promovendo a diversificação biológica, em que espécies são substituídas e a dominância alterada, num processo lento e espontâneo ao longo de centenas de anos. Assim, os organismos se adaptam ao ambiente físico e, por meio da sua ação conjunta nos ecossistemas, também adaptam o ambiente geoquímico de acordo com as suas necessidades biológicas. Dessa forma, fazem com que as comunidades de organismos e seus ambientes evoluam e desenvolvam-se conjuntamente, tal como nos ecossistemas. Porém, a intervenção antrópica, principalmente com o desenvolvimento tecnológico acelerado das últimas décadas, tem quebrado essa dinâmica natural das formações originais, suprimindo-as e criando em seus lugares paisagens altamente modificadas, numa forma não sincronizada para o homem com o ambiente. Geralmente, essas alterações são nocivas, reduzindo a resistência (capacidade de um sistema se manter frente a um distúrbio ou estresse) e a resiliência (potencial que o sistema tem de se regenerar ao sofrer um estresse ou distúrbio) dos ecossistemas (ODUM, 1988; RESENDE et al., 1996).

O capital natural

Os recursos naturais, de acordo com BELLIA (1996), são...”os elementos naturais bióticos e abióticos de que dispõe o homem para satisfazer suas necessidades econômicas, sociais e culturais”.

Então, o capital natural compreende todos estes recursos usados pela humanidade, tais como o solo, a água, a flora, a fauna, os minérios e o ar. Abrange também, os ecossistemas, tais como as pastagens, as savanas, os mangues, os estuários, os oceanos, os recifes de coral, as áreas ribeirinhas, as tundras e as florestas tropicais. Estes, em todo o mundo e num ritmo sem precedentes, estão se deteriorando e tendo a sua biodiversidade reduzida, conseqüência da poluição ambiental gerada pelo atual modelo de produção e desenvolvimento agropecuário, florestal e industrial (HAWKEN et al., 1999).

As funções ambientais de ordem econômica e a ruptura do equilíbrio

HURTUBIA (1980) conceitua ecossistema como um sistema aberto integrado por todos os organismos vivos, inclusive o homem, e os elementos não viventes de um setor ambiental definido no tempo e no espaço, cujas propriedades globais de funcionamento (fluxo de energia e ciclagem da matéria) e auto-regulação (controle) derivam das relações entre todos os seus componentes, tanto pertencentes aos sistemas naturais, quanto aos criados ou modificados pelo Homem.

O homem interage com o ambiente à sua volta, modificando-o e transformando-o de acordo com suas necessidades. Os resultados dessas ações são facilmente perceptíveis ao longo de toda a biosfera. Esta interferência ocorre nos diversos níveis, agindo diferentemente sobre os componentes ambientais: ar, solo, água e seres vivos. Grandes reflexos podem ser observados, por exemplo, nas atividades agropecuárias e florestais, particularmente quando praticadas de forma extensiva, causando profundas alterações na paisagem, em nível mundial. Nos sistemas urbanos, também, são encontradas marcas profundas da intervenção humana (BASTOS e FREITAS, 1999).

A Revolução Industrial criou o modelo de capitalismo atual, cujos processos de produção consideravam como pólos excludentes o homem e a natureza, com a concepção desta como fonte ilimitada de recursos à sua disposição. A partir dessa época, a capacidade produtiva humana começou a crescer exponencialmente (o que era feito por 200 operários em 1770, podia ser feito por apenas uma máquina de fiar da indústria britânica em 1812) e a força de trabalho tornou-se capaz de fabricar um volume muito maior de produtos básicos, a custos reduzidos. Esse fato elevou rapidamente o padrão de vida e os salários reais, fazendo crescer a demanda dos diversos produtos das indústrias, lançando os fundamentos do comércio moderno (DAHLMAN, 1993; HAWKEN et al., 1999). Sob o processo da acumulação, o capitalismo precisa expandir-se continuamente para manter o seu modo de produção, ocorrendo a apropriação da natureza e sua transformação em meios de produção em escala mundial (BERNARDES e FERREIRA, 2003).

O meio ambiente tem diversas funções. No modelo industrial padrão, a criação de valor é apresentada como uma seqüência linear: extração, produção e distribuição. A natureza fornece a matéria-prima ou recursos, o trabalho emprega a tecnologia para transformar tais recursos em produtos, os quais são vendidos a um consumidor, a fim de se obter lucros. Este sistema mostra a primeira função do meio ambiente: fornecer insumos para o sistema produtivo (HAWKEN et al., 1999).

Os resíduos do processo de produção - como também, em breve, os próprios produtos - são de algum modo descartados, gerando um volume cada vez maior de resíduos no sistema. É sabido que não se pode criar ou destruir energia e matéria. A extração crescente de recursos naturais, seu transporte e uso, assim como sua substituição por resíduo erode permanentemente o estoque de capital natural. Considerando a Terra como um sistema fechado, a sua única fonte externa de energia é a solar (hipótese de GAIA). Logo, possui um estoque de recursos, os quais reduzindo, reduzem também a expectativa de vida dos habitantes da terra, no qual economia e meio ambiente não são caracterizadas por interligações lineares, mas sim por uma relação circular (BELLIA, 1996; HAWKEN, 1999).

Com o contínuo aumento da população, alterações dos hábitos de consumo e com a evolução da ciência, estimulados pela própria Revolução Industrial, ficou evidente que o nosso planeta é um sistema econômico fechado em relação aos seus materiais constituintes. À medida que a sociedade amadurece, redobra a consciência de que os seus recursos são finitos e tornam-se cada vez mais escassos. Além disso, para cada ciclo de produção, deve ser fornecida energia durante cada um dos estágios. Considerando que a energia possui suprimento limitado, medidas devem ser tomadas para que a sua conservação e a sua utilização sejam feitas de forma mais efetiva nas etapas de produção, aplicação e descarte de materiais (CALLISTER JUNIOR, 2000). Qualquer produto utilizado terminará no sistema ambiental: não pode ser destruído, pode ser convertido ou dissipado. Por esse motivo, existe a necessidade de que o sistema linear seja convertido num sistema circular, em que parte dos resíduos será reciclada e incorporada ao processo produtivo.

Em todo sistema produtivo, para a manutenção dos sistemas vitais, ocorre o aumento da produção de energia. Caso o sistema torne-se deturpado ou desordenado como resultado de um estresse, natural ou antrópico, aumenta a entropia do sistema, ou seja, passa a existir uma maior “desordem” (DIAS, 2003a). Dessa forma, cria-se um obstáculo físico ou uma limitação para um sistema fechado e sustentável. O meio ambiente tem a capacidade de converter os resíduos novamente em produtos não prejudiciais ou ecologicamente úteis. Esta é a segunda função do meio ambiente: assimilador de resíduos. Parte destes resíduos pode ser reciclado e convertido em recurso. A partir dessa realidade, surge a terceira função do meio ambiente, como fluxo de consumo (bens e serviços): fornecer utilidade diretamente na forma de prazer estético e conforto espiritual - seja o prazer de uma visão agradável, o patrimônio cultural, a ausência de ruídos ou os sentimentos proporcionados pelo contato com a natureza (JACOVINE, 2002).

O fluxo circular é chamado também de modelo de equilíbrio dos materiais. A descarga de resíduo em excesso, com relação à capacidade de assimilação dos ecossistemas, causa danos à terceira função do ambiente, por exemplo, rios e ar poluídos. Dessa forma, ficam identificadas as três funções econômicas do meio ambiente: fornecedor de recursos, assimilador de resíduo e como fonte direta de utilidade (BELLIA, 1996; JACOVINE, 2002).

Quando se visualiza essas questões sob a ótica econômica, a sustentabilidade para o caso de recursos naturais renováveis, requer que a sua taxa de uso não exceda sua taxa de regeneração e, também, a disposição de resíduos em determinado compartimento ambiental não deve ultrapassar sua capacidade assimiladora. Considerando os recursos não-renováveis, é preciso determinar sua taxa ótima de utilização e buscar medidas alternativas ou compensatórias à redução de seu estoque, como a substituição pelos recursos renováveis (PEARCE e TURNER, 1989). É preciso que sejam adotados e conhecidos estes princípios, ainda na fase de planejamento das diversas atividades produtivas, realizando, concomitantemente, projetos que contemplem as questões ambientais.

De acordo com Godard (1990), apud VIEIRA e WEBER (1997), as práticas sistemicamente orientadas de gestão deveriam em princípio garantir: 
a) por um lado, sua boa integração ao processo de desenvolvimento econômico; e 
b) por outro, assumir as interações entre recursos e condições de reprodução do meio ambiente, organizando uma articulação satisfatória com a gestão do espaço e com aquela relativa aos meios naturais. 

No caso específico da gestão de recursos naturais renováveis, este princípio fundamental tem sido enriquecido pelos debates recentes envolvendo as noções de viabilidade e de patrimonialidade.

Entretanto, tem-se observado, que o mau tratamento dos recursos naturais surge porque não são conhecidos, em termos de preços, os valores para estas funções. São funções econômicas porque todas têm valor econômico positivo, caso fossem compradas ou vendidas no mercado. A inabilidade de valorar objetivamente os bens e serviços ambientais é uma das causas do descaso gerencial (JACOVINE, 2002; GRIFFITH, 2003). Deve-se, então, considerar os efeitos dos custos das externalidades negativas.

Externalidades

Para CONTADOR (1981) externalidades são efeitos, favoráveis (desejáveis) ou desfavoráveis (indesejáveis), no bem-estar de outras pessoas e empresas. Tais efeitos são positivos, quando o comportamento de um indivíduo ou empresa beneficia involuntariamente os outros, caso contrário, as externalidades são negativas. Segundo esse mesmo autor, uma externalidade existe quando as relações de produção ou utilidade de uma empresa (ou indivíduo) incluem algumas variáveis cujos valores são escolhidos por outros, sem levar em conta o bem-estar do afetado, e além disto, os causadores dos efeitos não pagam nem recebem nada pela sua atividade. Assim, de acordo com REZENDE (s.d.), a provisão de bens e serviços para um grupo torna possível a outro grupo receber algum benefício sem pagar por ele, ou incorrer em prejuízos sem a devida compensação. Isso caracteriza os danos causados pelos problemas advindos da utilização inadequada dos recursos em regime de livre acesso, ou seja, na ausência de limitação e de controle de acesso, por exemplo, o ar atmosférico.

Os exemplos de externalidades são os mais variados possíveis, desde a admiração e prazer visual causado pelo jardim bem cuidado de um vizinho, até a perda da produção agrícola causada por poluição do ar proveniente de uma fábrica de cimento.

O caráter involuntário (incidental) é uma característica da externalidade. A usina citada não tem interesse nenhum em poluir o ar. A poluição é apenas uma conseqüência, um subproduto desagradável da sua atividade, com efeitos incômodos em outras pessoas e indústrias, ou seja, uma externalidade negativa. Caso houvesse a inclusão dos custos externos no processo decisório, levaria a um preço maior e uma menor quantidade do produto produzido e consumido, ou seja, quando os custos econômicos não são completamente suportados pelos criadores daqueles custos, o preço é reduzido demais e a quantidade produzida é extremada (CONTADOR, 1981; BELLIA, 1996).

Outra característica importante das externalidades é que estas resultam da definição imprecisa do direito de propriedade. Uma fábrica polui a atmosfera, provoca distúrbios respiratórios nas pessoas e prejudica a vida animal e vegetal, porque não existem direitos de propriedade sobre o ar puro, ou seja, o ar é um recurso de propriedade comum e de livre acesso. Dessa forma, os direitos de propriedade são indefinidos ou inexistentes, e sempre que assim for, os custos sociais serão diferentes dos custos privados. A falta de valor de mercado também é característica das externalidades. Existindo direito de propriedade, envolve uma contratação entre os proprietários e os utilizadores potenciais. Sempre que a contratação e execução de direitos de propriedade forem relativamente baratas, os custos sociais e os custos privados tenderão a ser iguais. Essa é a razão pela qual as externalidades constituem problemas apenas na área de atividades da nossa sociedade que afetam bens de livre acesso e de propriedade comum, quais sejam, os bens ambientais - de espaços e recursos (CONTADOR, 1981; BELLIA, 1996; DIEGUES, 1997).

Do ponto de vista econômico, na presença de externalidades, os mercados não distribuem os recursos de forma eficiente, porque normalmente não são registrados os custos de negociação ou de transação. Um empreendedor não recebendo pelas externalidades positivas que produz, não irá atender à quantidade necessária da qual a sociedade deseja, enquanto que aquele que produz externalidades negativas, não sendo punido, produzirá mais do que a sociedade suporta. A principal preocupação com o problema de externalidade, mesmo considerando um mercado de competição perfeito, caso não seja tratada, ela impedirá que a máxima eficiência econômica do ponto de vista social seja alcançada. Assim, na presença de externalidades, sempre haverá divergência entre valores sócio-ambientais e os interesses privados (REZENDE, s.d.).

Apesar das análises econômicas tradicionalmente ressaltarem as variações mensuráveis referentes ao aumento das rendas, não têm sido dedicadas avaliações dos custos e dos benefícios externos referentes ao meio ambiente, em face da sua considerável dificuldade (política, teórica e técnica) que permitam a internalização dos custos e benefícios até agora considerados externos. Caso houvesse essa internalização, auxiliaria os processos de decisão que afetam o meio ambiente e, conseqüentemente, toda a sociedade.

Atualmente, em virtude dos novos conceitos de vida, os modelos de desenvolvimento têm sido repensados. Deve-se levar em conta o desenvolvimento humano e as condições ambientais, além do aspecto econômico. Como e de que forma os recursos naturais serão utilizados, ou seja, as externalidades do desenvolvimento, devem ser avaliadas.
  
Como principais conseqüências da Revolução Industrial, destacam-se: 
a) a alteração nos padrões de consumo e nos hábitos da população; 
b) a severa interferência nos ecossistemas, pelo avanço da agropecuária para suprir a demanda por alimentos, em face do maior crescimento da população; e 
c) a visão produtiva que deixou de ser rural, sendo direcionada para o setor urbano, alterando as relações de trabalho e os valores culturais. 

No meio urbano, provocou um inchaço populacional, transformando-se em fonte de degradação humana e ambiental. Politicamente, provocou profundas alterações. A política agrícola brasileira é conseqüência desse modelo, conhecido como “Revolução Verde”, que produziu o êxodo rural e a concentração de terras (FRIEDMAN, 1962).

As economias nacionais e mundiais, estatais e privadas, podem sobreviver por longos períodos de tempo, em tais estados de desequilíbrio. Porém, para atingir o desenvolvimento sustentável, torna-se importante estabelecer algumas condições para a compatibilidade dessas economias e seu meio ambiente, posto que essas perdas envolvem custos sociais e não devem ser ignoradas na avaliação de projetos (JACOVINE, 2002). Isso porque a imprevisibilidade das alterações impostas aos ecossistemas acima da sua capacidade de suporte, considerando a interdependência entre economia e meio ambiente, a falta de cuidados na apropriação desses recursos naturais podem alterar a sua qualidade, gerando impactos negativos e deseconomias. Deve-se reconhecer o meio ambiente como um insumo escasso, portanto com custo alternativo que não seja nulo (BELLIA, 1996).

Fatores de desequilíbrio

Para um perfeito equilíbrio no funcionamento de qualquer sistema ou atividade são exigidas certas condições básicas. Entretanto, cabe considerar, que este equilíbrio é relativo, posto serem dinâmicos. Assim, interferências externas podem agir negativamente nos sistemas, alterando-os e promovendo a degradação ambiental e humana.

ONU: aumento da população traz risco ao planeta

O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) advertiu sobre os riscos para o planeta do crescimento populacional, segundo dados do informe apresentado em Londres pela diretora desse órgão, Thoraya Ahmed Obaid.

O aumento da população e o alto consumo dos setores ricos "está agravando o estresse sobre o meio ambiente mundial, provocando o aumento do aquecimento global, o desmatamento, a crescente escassez de água e a diminuição das terras de cultivo". Todos esses fatores dificultarão cada vez mais as possibilidades de abordar a pobreza e a desigualdade.

O documento informa que a população mundial, que é hoje de 6,4 bilhões de pessoas, "continua crescendo rapidamente: atualmente, em cerca de 76 milhões de pessoas por ano". Segundo as projeções das Nações Unidas, até 2050 serão agregadas à população mundial cerca de 2,5 bilhões de pessoas, quantidades equivalentes ao total da população mundial em 1950.

Continua também a migração a partir de zonas rurais de países em desenvolvimento para as cidades, as quais crescem aceleradamente. "Até 2007, metade da população mundial será urbana. A provisão de serviços sociais, inclusive a atenção à saúde reprodutiva em zonas rurais pobres, é um problema de grande magnitude", diz o documento.

O informe da UNFPA é resultado de uma década de pesquisas, após a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento celebrada no Cairo, em 1994, que aprovou um programa de ação em 20 anos.

O acordo do Cairo, baseado no compromisso a favor dos direitos humanos e igualdade de gênero, exortou os países a zelarem pela saúde reprodutiva e os direitos de todos, como contribuição fundamental para o desenvolvimento sustentável e a luta contra a pobreza.

O documento da UNFPA indicou, no entanto, que até o momento "o progresso atingido pelos países para colocar em prática as recomendações da conferência do Cairo de 1994 lançou as bases para maiores avanços para garantir a saúde reprodutiva, mas os problemas que restam para resolver continuam sendo de grande magnitude".

"Há mais de 350 milhões de casais que continuam carecendo de acesso a serviços de planejamento da família. Cerca de 137 milhões de mulheres querem adiar seu próximo parto, ou adiá-lo, mas não utilizam métodos de planificação da família; outras 64 milhões utilizam métodos de menor eficácia" (ANSA, 2004).

Fonte: http://www.ambientebrasil.com.br/noticias/index.php3?action=ler&id=16423


Benefícios da Gestão Ambiental



A evolução natural das condições ambientais por um período de bilhões de anos permitiu o surgimento da humanidade. Porém, nesse mesmo período, houve um grande número de espécies extintas pelo fato do ambiente ter-se modificado para condições adversas a tais espécies. Então, intuitivamente, ao recriarmos um novo ambiente, paralelamente pode ser gerada uma série de efeitos colaterais – externalidades, que poderão facilitar, dificultar ou mesmo impedir o desenvolvimento e a qualidade de vida dos seres humanos, à medida que alteram os ecossistemas.

Por esse motivo, a partir da década de 1960, emerge a idéia da necessidade de uma nova postura relacionada aos procedimentos e usos dos recursos naturais. 

Já na década de 1980 surge o conceito de “desenvolvimento sustentável”, que revela, inicialmente, a crescente insatisfação com a situação criada e imposta pelo modelo de produção capitalista. Resulta de emergentes pressões sociais pelo estabelecimento de uma melhor distribuição de renda que permitisse maior equidade.  Indica o desejo social de sistemas produtivos que, simultaneamente, conservem os recursos naturais e forneçam produtos mais saudáveis, sem comprometer os níveis tecnológicos já alcançados de segurança alimentar. Dessa forma, a proposta de implantação desse novo modelo deverá ser bem mais complexa do ponto de vista metodológico, demandando disponibilidade, aptidão e cooperação dos ensinamentos específicos, assumindo perspectivas interdisciplinares. 

Esse tipo de conhecimento depende, em grande parte, da adoção de políticas públicas que promovam avanços nessa direção, atentando para o fato de que tão importante quanto gerar novos conhecimentos e tecnologias apropriadas, é fazê-los chegar ao seu destino. Na transição a um padrão sustentável, os gargalos estão mais no âmbito do desempenho institucional. Ultimamente, organismos internacionais, como o BIRD e o BID, têm advertido que ações de desenvolvimento que utilizam métodos participativos têm resultados superiores às que se baseiam em estruturas hierárquicas. Nessas circunstâncias, o Estado deve ser o coordenador da formação de uma abordagem sistêmica que integre organismos públicos envolvidos nesses sistemas produtivos, de ensino e de pesquisa, ONGs, empresas privadas e sociedade civil organizadas, por meio da formação de uma visão compartilhada, detectando e preparando lideranças, da qual resulte seu pacto de desenvolvimento sustentável. 

Percebe-se que as propriedades rurais e as diversas comunidades não estão aproveitando efetivamente os seus recursos, bem como o seu potencial de transformação dos produtos agropecuários, da matéria-prima florestal e agroflorestal, e da administração de seus resíduos gerados durante os processos produtivos, urbanos e rurais, em produtos de maior valor agregado: faz-se necessárias mudanças destes modelos de produção, sendo necessário: 
a) inicialmente, a recuperação ambiental fundamentada na ética e dentro dos princípios do desenvolvimento sustentável; 
b) a elaboração de tecnologias apropriadas que poupem e conservem os recursos naturais; 
c) maior rigor na concessão do licenciamento ambiental, condicionando-o à adoção de sistemas de gestão ambiental (SGA); e 
d) efetividade no monitoramento e na fiscalização pelos órgãos responsáveis, com a participação de toda a sociedade, já politizada e ambientalmente educada.

O objetivo básico da gestão ambiental, considerando a consciência de que os recursos naturais são finitos, é a obtenção dos maiores benefícios por meio da aplicação dos menores esforços. Dessa forma, o indivíduo, a comunidade e as empresas, buscam otimizar o uso dos recursos disponíveis, sejam eles de ordem financeira, material ou humana. A gestão de um sistema tem por objetivo assegurar seu bom funcionamento e seu melhor rendimento, mas também sua perenidade e seu desenvolvimento.

O SGA busca melhorar o desempenho ambiental e a operacionalização de uma organização, levando a empresa a adotar uma postura preventiva ao invés de corretiva. Dessa forma, são evitados os desperdícios, por meio da redução no uso de matéria-prima e da prática de reciclagem dos resíduos. Com essa medida, economizam-se recursos e a própria produção de resíduos, reduzindo os impactos negativos ao meio ambiente.

Bioma e biosfera - Ecologia e evolução




Bioma e biosfera

Uma floresta tropical chuvosa no Peru, um exemplo de bioma.
Unidades ecológicas de organização são definidas através de referencia de algumas magnitudes de espaço e tempo no planeta. Comunidades de organismos, por exemplo, são muitas vezes arbitrariamente definidas, mas os processos de vida interagem com os diferentes níveis e organizam em conjuntos mais complexos. Biomas, por exemplo, são uma grande unidade de organização que categorizam regiões de ecossistemas da Terra, de acordo com a fisionomia e composição da vegetação. Diferentes pesquisas tem aplicados diferentes métodos para definir limites continentais de domínios de biomas, por diferentes tipos de função da comunidade de vegetação, que são limitada na distribuição do clima, precipitação e outras variáveis ambientais. Exemplos de nomes de biomas incluem: florestas tropicais, florestas temperadas decíduas, taiga, tundra, desertos quentes e desertos polares. Outras pesquisas tem recentemente iniciado a categorizar outros tipos de biomas, como microbioma humano e oceânico. Para os microrganismos o corpo humano é o habitat e uma paisagem. O microbioma tem sido descoberto através de avanços na genética molecular, revelando uma desconhecida riqueza de microorganismos no planeta. O microbioma oceânico desempenha um significante papel na ecologia biogeoquímica dos oceanos.
A maior escala de organização ecológica é a biosfera. A biosfera é a soma total dos ecossistemas do planeta. Relações ecológicas regulam o fluxo de energia, nutrientes e clima, todos subindo até a escala planetária. Por exemplo, a historia dinâmica da composição de CO2 e O2 na atmosfera foi em grande parte por fluxos de gases biogênicos provenientes da respiração e fotossíntese, com níveis flutuando no tempo em relação a ecologia e evolução dos animais e plantas. Quando partes de subcomponetes são organizadas em um todo, muitas vezes propriedades emergentes descrevem a natureza do sistema. Teorias ecológicas tem sido usadas para explicar os fenômenos emergentes de auto regulação na escala planetária. Isso é conhecido como Hipótese Gaia. The Gaia hypothesis is an example of holism applied in ecological theory. A ecologia do planeta age como uma única unidade regulatória e holística chamada de hipótese Gaia. A hipótese Gaia afirma que existe um feedback emergente gerado pelo metabolismo dos organismos vivos que mantem a temperatura da Terra e condições da atmosfera dentro de uma estreita escala de tolerância auto regulável.

Ecologia e evolução

Ecologia e evolução são consideradas disciplinas irmãs, sendo ramos da ciência da vida. Seleção Natural, Historia de vida, desenvolvimentos, adaptação, populações, e herança estão presentes em teorias evolutivas e ecológicas. Morfologia, comportamento e/ou traços genéticos, por exemplo, podem ser mapeados em árvores evolutivas para estudar a desenvolvimento histórico da espécie e também organizar a informação em relação a adaptações ecológicas. Em outras palavras, adaptação é explicada em relação a origem histórica de traços e condições ecológicas e que esta sujeita a forças da seleção natural. Nesse quadro, ferramentas analíticas de ecólogos e evolucionistas se sobrepõem para organizar, classificar e investigar a vida por meio de princípios sistemáticos comuns, como filogenéticos ou taxonômicos de Lineu. As duas disciplinas frequentemente aparecem juntas como no titulo do jornal Trends in Ecology and Evolution. Não há uma fronteira nítida que separa a ecologia da evolução e que diferem suas áreas de aplicação. Ambas as disciplinas descobrem e explicam emergentes e únicos processos que operam em diferentes escalas espaciais e temporais da organização. Embora a fronteira entre a ecologia e evolução nem sempre é clara, é óbvio que os ecólogos estudam os fatores abióticos e bióticos que influenciam o processo evolutivo.



Conhecimentos Gerais




Ecologia de populações
A população é a unidade de analise da ecologia de populações. Uma população consiste nos indivíduos de uma espécies que vivem, interagem e migram através do mesmo nicho e habitat.


Ecologia de Metapopulações
O conceito de metapopulação foi introduzido em 1969 [81]:"como uma população de populações qual vai se extinguindo e recolonizadas localmente.


Ecologia de comunidades
Ecologia de comunidades é uma subdisciplina da ecologia que estuda a distribuição, abundância, demografia e interações entre populações coexistentes. Um exemplo do um estudo na ecologia de comunidades medida da produção primaria em uma área alagada em relação as taxas de decomposição em consumo. Isto requer o entendimento da conexão da comunidade entre plantas (produtores primários) e os decompositores (fungos e bactérias).


Teias alimentares
Teias alimentares são um tipo de mapa conceitual que ilustra os caminhos ecológicos reais, usualmente começando com a energia solar sendo usado pelas plantas durante a fotossíntese. As plantas crescem acumulando carboidratos que são consumidos pelos herbívoros. Passo a passo as linhas ou relações são elaboradas até uma teia de vida ser ilustrada.
Teia alimentar de ecossistema aquático de água doce e terrestre


Dinâmica trófica
Links na teia alimentar primeiramente conectam relações alimentares entre espécies. Biodiversidade dentro do ecossistema pode se organizar em dimensões verticais e horizontais. A dimensão vertical representa as relações alimentares da base da cadeia alimentar até os predadores de topo. A dimensão horizontal representa a abundancia relativa ou biomassa de cada nível. Quando a abundancia relativa ou biomassa de cada grupo alimentar é empilhada em seus respectivos grupos tróficos eles naturalmente formam uma espécie de ‘piramide de números’. Grupos funcionais são amplamente categorizados como autotróficos (ou produtores primários), heterotríficos (ou consumidores), e detritívoros (ou decompositores). Heterotrófagos podem ser subdivididos em diferentes grupos funcionais, incluindo: consumidores primários (herbívoros), consumidores secundários (predadores que consomem exclusivamente herbívoros) e consumidores terciários (predadores que consomem tanto herbívoros quanto outros predadores). Onívoros não se encaixam perfeitamente nessas categorias funcionais porque consomem tanto tecidos vegetais e tecidos animais. Tem sido sugerido, entretanto, que os onívoros têm uma maior influência funcional como predadores, porque em relação aos herbívoros são relativamente ineficientes na pastagem.

Ecólogos coletam dados em níveis tróficos e teias alimentares para modelar estatisticamente e calcular parâmetros matemáticos, tais como aqueles usados em outros tipos de análise de rede, para estudar os padrões emergentes e propriedades compartilhadas entre os ecossistemas. O arranjo piramidal emergente de níveis tróficos com quantidades de transferência de energia diminuindo à medida que as espécies se tornam mais distantes da fonte de produção é um dos vários padrões que repetem entre os ecossistemas. O tamanho de cada nível trófico na pirâmide geralmente representa a biomassa, que pode ser medida como o peso seco dos organismos. Autótrofos podem ter a maior proporção mundial de biomassa, mas eles são rivalizados de perto ou mesmo superados pelos microrganismos.

A decomposição da matéria orgânica morta, como folhas caindo no chão da floresta, se transforma em solo que a alimenta a produção de plantas. A soma total dos ecossistemas do planeta terra é chamado de pedosfera, onde é encontrada uma proporção muito grande da biodiversidade. Invertebrados que se alimentam e rasgam folhas maiores, por exemplo, criar pequenos pedaços que alimentam organismos menores na cadeia de alimentação. Coletivamente, estes são os detritívoros que regulam a formação do solo. As raízes das árvores, fungos, bactérias, minhocas, formigas, besouros, centopeias  mamíferos, aves, répteis e anfíbios todo o contribuem para criar a cadeia trófica da vida nos ecossistemas do solo. Como organismos se alimentam e deslocam fisicamente materiais para solos, este processo ecológico importante é chamado bioturbação. Biomassa de microrganismos do solo são influenciadas por feedback (retroalimentantação) na dinâmica trófica da superfície solar exposta. Estudos paleecológicos de solos colocam a origem da bioturbação a um tempo antes do período Cambriano. Outros eventos, como a evolução das árvores e anfíbios no período devoniano teve um papel significativo no desenvolvimento dos solos e trofismo ecológico.

Espécies chaves
Uma espécie chave é uma espécie que ocupa um papel particularmente forte ou central em uma teia alimentar. Uma espécie chave ocupa um papel desproporcional em manter processos ecológicos. A perda de uma espécie chave resulta na extinção de outras espécies e um efeito cascata alterando o dinâmica trófica e conexões na teia alimentar. Espécies chaves, como os engenheiros de ecossistemas, tem um papel estruturador, apesar de ter níveis relativamente baixos de representação da biomassa na pirâmide trófica. Lontras do mar (Enhydra lutris) são um exemplo clássico de espécies chave porque limitam o densidade de ouriços que se alimentam de algas. Se as lontras são removidas do sistema, os ouriços pastam até que as algas marinha desaparecer e isso tem um efeito dramático na estrutura da comunidade.






Níveis de organização e Biodiversidade





Níveis de organização, âmbito e escala da organização



Como ecologia lida sempre com ecossistemas em mudança, por isso, tempo e espaço devem ser levados em conta quando são descritos fenômenos ecológicos. No que diz respeito ao tempo, pode levar milhares de anos para um processo ecológico amadurecer. O tempo de vida de uma árvore, por exemplo, pode passar através de diferentes estágios successionais até atingir a maturidade de uma floresta. O processo ecológico ainda é estendido mais ao longo do tempo até a árvore cair e decompor. Ecossistemas são também classificados em diferentes escalas espaciais. A área de um ecossistema pode variar muito, de muito pequeno a muito vasto. Por exemplo, várias gerações de um pulgão e seus predadores podem existir sobre uma única folha, e dentro de cada um destes pulgões podem existir diversas comunidades de bactérias. A escalada do estudo deve ser muito ampla para estudar árvores de uma floresta, onde vivem pulgões e bactérias.  Para entender o crescimento das árvores, por exemplo, o tipo de solo, umidade, inclinação do terreno, abertura do dossel e outras variáveis locais devem ser examinadas. Para entender a ecologia de uma floresta, complexos fatores locais, como clima também devem ser levados em conta. 
Estudos ecológicos de longo prazo promovem importantes registros para entender melhor os ecossistemas no espaço e no tempo. O International Long Term Ecological Network gerencia e faz intercâmbio de informação entre locais de pesquisas. O mais longo experimentos existente é o Park Grass Experiment que inicio em 1856. Outro exemplo inclui o Hubbard Brook Experimental Forest em operação desde 1960. Em ecologia também é complicado o fato de que os padrões de pequena escala não necessariamente explicam os fenômenos de grande escala.  Estes fenômenos operam em diferentes escalas no ambiente, que vão desde a escala molecular a escala planetária, e requerem diferentes conjuntos de explicação. 
Para estruturar o estudo da ecologia em um quadro de entendimento o mundo biológico é concetualmente organizado em uma estrutura hierárquica, variando de uma escala de genes, para células, tecidos, órgãos, organismos, espécies, até o nível de biosfera. Ecossistemas são primeiramente pesquisados em seus principais níveis de organização, incluindo (1) organismos, (2) populações e (3) comunidades. Ecólogos estudam ecossistemas por amostragem de um certo número de indivíduos que representam uma população. Os ecossistemas consistem nas comunidades que entre elas e com o meio ambiente. E em ecologia, comunidades são criadas por interação de populações de diferentes espécies de uma área. 

 
Regeneração do ecossistema depois de perturbação como fogo, formando estrutura de mosaicos de diferentes idades na paisagem. Na figura estão diferentes estágios de ecossistemas florestais, iniciando de colonização pioneira em um local perturbado e maturando nos estágios successionais levando para uma floresta madura.

Biodiversidade


Biodiversidade é simplesmente a forma resumida para a diversidade biológica. Biodiversidade descreve todas as variantes da vida de genes a ecossistemas, e é uma área complexa que abrange todos os níveis biológicos de organização. Há muitas índices, maneiras para medir e representar a biodiversidade. Biodiversidade inclui diversidade de espécies, diversidade de ecossistemas, diversidade genética e os complexos processos que operam em e entre esses diversos níveis. Biodiversidade executa um importante papel na saúde ecológica, quanto na saúde dos humanos. Prevenindo ou priorizando a extinção das espécies é uma maneira de preservar a biodiversidade, nas populações, a diversidade genética entre elas e os processos ecológicos, como migração, que estão sendo ameaçados em escala global e desaparecendo rapidamente. Prioridades de conservação e técnicas de gestão requerem diferentes abordagens e considerações para abordar toda gama ecológica da biodiversidade. População e migração de espécies, por exemplo, são os mais sensíveis indicadores de serviços ecológicos que sustentam e contribuem para o capital natural e para o "bem estar" do ecossistema. O entendimento da biodiversidade tem uma aplicação pratica para o planejamento da conservação dos ecossistemas, para tomar decisões ecologicamente responsáveis nas gestão de empresas de consultoria, governos e empresas.


Referências:
Zak, K. M.; Munson, B. H. (2008), "An Exploratory Study of Elementary Preservice Teachers’ Understanding of Ecology Using Concept Maps.The Journal of Environmental Education 39 (3): 32–46
DeLong, D. C.. (1996). "Defining Biodiversity". Wildlife Society Bulletin 24 (4): 738–749.
Wilson, E. O.. (2000). "A Global Biodiversity Map.". Science 289 (5488): 2279.
Wilcove, D. S.. (2008). "Going, Going, Gone: Is Animal Migration Disappearing."
Svenning, Jens-Christian; Condi, R. (2008), "Biodiversity in a Warmer World"Science 322 (5899): 206–207